Por Alinê Brandet
Antigamente havia um jardim, com flores de todas as cores. Onde um dia houve um grande jardim, bem cuidado e convidativo, ergueu-se um muro.
Frio, sem cor, sem flores, sério... Uma barreira entre o que se quer e o medo que se tem...
Foi construído sem avisos, um dia, acordou e descobriu...
Ao despertar de uma manhã de Sol e céu azul, viu-se em uma redoma de vidro, escura e nebulosa.
Os dias aqui passam diferentes...
Depois de tanto dilacerar, sua fragilidade aumentou. Sua coragem diminui.
Quando, finalmente escalou o muro, teve a sensação de andar sobre cacos de vidro...
Que todo cuidado era pouco, e que o jardim, não era mais convidativo.
Tornou-se um jardim de trevas, sem vida, sem flores... Rosas murchas, negras.
Não sentia mais.
Calou-se.
Não chorava, as lágrimas secaram dos olhos para sempre.
Sentia a angústia de não poder sofrer abertamente e a vontade de um choro que não vem.
Uma tristeza que não acaba...
Tenta com todas as forças derrubar o muro, tenta reviver as flores...
O solo já infértil, as sementes secas... A água suja.
Sem saída, sem esperanças.
Anoitece...
Vê se então as estrelas, um luar.
Apesar da escuridão, do céu azul quase negro, vê se a luz do luar... Estrelas?
Renasce a esperança...
Derrubar o muro podia ser impossível, mas a redoma era de vidro, frágil como o seus sentimentos.
Uma pedra, cinza e fria, sim, está aí uma solução.
Agora os pés sangram, a fuga é a fonte de todas as lágrimas.
Corre sem olhar para tráz, sente o sangue quente esvaindo pelos cortes. Ignora a dor e a ardência.
Escuta um novo som...
Na direção contrária procura um novo lugar, um novo jardim...
Respira e enche o peito de esperança.
Suspira e chora, agora de alegria.
O dia está amanhecendo, sorri ao ver de novo cores, sol, um céu azul claro e limpo.
É a vida, que não para. O mundo que te leva a novos lugares e a coragem de mudar quantas vezes for necessário...
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