quarta-feira, 18 de março de 2009

De onde veio, para onde vai?

'- Enquanto isso, navegando eu vou sem paz, sem ter um porto, quase morto sem um cais... E eu nunca vou, te esquecer amor...'




Vou embora, ou não?
É para eu ficar? Ficar por que? Por que quero ir?
Para fazer o que aqui, fazer o que lá?
Para ir onde? É para voltar?

Faça o favor de não pedir para que eu fique, nem me mande embora de vez. Não exija explicações, nem me diga que eu não aguento...

Não me peça para entrar em contato, nem me impessa de entrar naquele ônibus.
Não me diga o que fazer e não diga que me conhece...
Não espere grandes feitos de mim, porque já considero um grande feito acordar todos os dias...
Não me compare, nem diga que é apenas uma hipótese, como sempre...
Dessa vez ninguém me manda, ninguém quer. Não estou obedecendo nenhuma ordem.

Agora sou surda para você, muda para ele, cega para ela.

Se o dia de fazer as malas chegar, o que você fará?
Vai me pedir para ficar, ou deixar que eu seja feliz?
Vai me abraçar chorando e dizer que espera minha volta ansiosamente? Ou nem vai querer me ver?
Vai carregar minha mala enquanto eu confiro o horário de partida?
Vai me desejar boa sorte, me dar um beijo e dizer que vai sentir saudade? Ou emudecer, perder os sentidos, sentir o sangue pulsar e um frio na barriga? Não saberá o que fazer?

Eu digo que se for, eu ficarei triste, sentirei saudade, vou chorar, vou entrar em contato, até escrevo cartas...

Posso ficar dias, enlouquecer e voltar. Posso passar meses, posso morar lá. Mas posso passar por aqui em algum momento.

E quando eu ligar em uma sexta-feira à noite, você vai me atender? Ou vai dizer que não pode falar comigo no momento...?
Vai ficar feliz? Ou não fará mais diferença?

E se eu ligar para dizer que estou voltando, você promete ir me buscar na rodoviária?
Vai me abraçar como se não me visse há anos, mesmo se só tiver passado uma semana?
Ou vai simplesmente me esquecer?

Será que vale o risco? Será que você aguenta?

Vai lembrar de mim quando escutar Bach? Ou ver Padrinhos Mágicos?

Se eu for, vai me comprar doces e chatagear me para que fique?

Quando eu tiver que ir, espero ter a certeza que estarão todos bem, não iria no meio de uma tormento, espero a calmaria...
Enquanto ela não chega estou aqui, mas lembre-se, quando os ventos pararem de soprar e o mar não mais engolir os barcos, estará na minha hora de partir.
Não chore, nem sinta minha falta antecipadamente... É capaz que eu vá sem aviso prévio. Só saberás quando me procurar, dará conta que aqui não estou e logo descobrirá que fui sem lhe dizer adeus...

Não fique com raiva, nem se chateie, na verdade eu não gosto de despedidas... Choro nos dias normais quando você se vai, se tivesse que dar um tchau por tempo indeterminado e ver seus olhos marejados, seria o fim da vida para mim...

Não conseguiria dar o último abraço, não conseguiria soltar sua mão... É compreensível para você?

E o vazio que não será preenchido por mais ninguém...?

Cada vez que penso em ir, sinto aquela sensação de saudade e ansiedade, é muito confuso, sabe?

Espero que entenda, espero que não esqueça... Espero que espere.

O importante é que independente de onde esteja, amarei incondicionalmente cada 'você' desse texto.
Um você, para tantas pessoas.



- the truth is a terrible thing...!

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