- O sequestro do metrô, John Godey
(...)
' Sem realmente acreditar, mas por uma questão de desespero, sua mente começou a enumerar outras possibilidades. E se qualquer um dos outros estivesse sentindo um mal súbito, ou tivesse sofrido um acidente? Não. Steever não tinha inteligência suficiente para saber que estava doente, Ryder... Bem, Ryder se levantaria da cama, nem que estivesse a ponto de morrer... Quem sabe Welcome, louco e estourado, tinha se envolvido numa briga por causa de algum insulto imaginário e...
Olhou para a traseira do carro e viu Welcome.
Hoje vou morrer.
O pensamento veio de repente, acompanhado por uma sensação improvisa de calor, como se dentro de seu corpo estivesse explodindo um incêndio. Teve a impressão de que estava sufocando e ficou com vontade de arrancar as roupas para expor o corpo ardente ao ar. Começou a mexer no botão perto do pescoço, para abrir a capa de chuva, e estava quase terminando de desabotoá-lo quando parou. Ryder tinha recomendado que não desabotoasse a capa de chuva. Seus dedos forçaram o botão a atravessar novamente a casa.
Suas pernas começaram a tremer do joelho até os sapatos. Colocou as mãos espalmadas sobre os joelhos, comprimindo-os, para ancorar seus pés no chão sujo, para impedir aquela pequena dança involuntária do medo. Será que estava dando na vista? Haveria gente a observá-lo? Não tinha coragem para olhar. Era igual a um avestruz. Olhou para suas mãos e viu que se movimentavam lentamente para alcançar o barbante amarrado, se enrroscando nele, até doer. Livrou os dedos, examinou-os e começou a soprar para esfriar o indicador e o polegar avermelhados. A parede cinzenta do túnel, que passava rapidamente atrás da janela ao lado de seu assento, desapareceu e se ampliou, transformando-se na parede azuleijada da estação.
- Rua 28. Estamos na estação da Rua 28. '
(...)
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